terça-feira, 28 de junho de 2011

Nova Iguaçu: perícia encontra marcas de sangue em carros da PM usados na operação em que menino desapareceu


Cinco veículos do 20º BPM (Mesquita) — três Blazers e dois Gols — que teriam participado do tiroteio entre policiais do batalhão e traficantes na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, no último dia 20, foram periciadas, ontem à tarde, pelo próprio diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), Sérgio da Costa Henriques, no estacionamento do batalhão. Em todos os carros foram achadas marcas de sangue. Outros exames, porém, ainda terão de ser feitos para verificar se os vestígios em algum dos carros são de Juan de Moraes, de 11 anos, que teria sido baleado e desapareceu durante a operação.
De acordo com Henriques, o pedido de perícia foi solicitado no domingo pelo delegado Cláudio Nascimento, titular da 56ª DP (Comendador Soares), que investiga o caso. Weslley Felipe de Moraes, de 14 anos, irmão de Juan, e Wanderson dos Santos de Assis, de 19, foram baleados no confronto.
O diretor do ICCE afirmou que os cinco veículos foram periciados a partir do levantamento do GPS dos carros, solicitado pela 56 DP, que confirmou a presença dos carros no local da ocorrência.
— O luminol acusou presença de material que pode ser sangue nos cinco carros. Porém, substâncias oxidantes, como ferrugem e fezes de pombo, também podem ser acusadas pelo luminol. É preciso confirmar se é sangue humano. Isso levará, pelo menos, dez dias — afirmou o diretor do ICCE.
Se for confirmada a presença de sangue humano, a família de Juan será chamada para coletar material para teste de DNA.
— Coletamos várias amostras de cada veículo. A família será acionada mesmo que apenas uma das amostras acuse sangue humano — garantiu Henriques.
O diretor do ICCE disse que ainda não há prazo para divulgação do laudo pericial.
Delegado Ricardo Barboza, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense
Delegado Ricardo Barboza, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense Foto: Thiago Lontra / Extra
Apesar de a investigação já estar em andamento na 56ª DP, desde ontem a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), sob o comando do delegado Ricardo Barboza de Souza, assumiu o caso do desaparecimento de Juan.
— Devido à gravidade do fato, a DHBF entrará no caso antes dos 15 dias determinados por lei — afirmou Márcio Franco, diretor das delegacias especializadas.
A 56ª DP permanecerá investigando a ocorrência envolvendo Wanderson.
Por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil, o delegado Cláudio Nascimento informou ontem que a perícia das armas dos policiais e o levantamento do GPS dos veículos do batalhão foram feitos na quarta-feira passada.
O delegado informou também que não foram encontrados vestígios do crime no local do tiroteio.
Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Militar, ontem, uma ligação feita para o Disque-Denúncia (2253-1177) levou o comandante do 20ºBPM, tenente-coronel Sérgio Luiz Mendes, a pedir a presença da Companhia de Cães, para checar a informação da existência de um corpo que poderia ser o de Juan. No entanto, nada foi encontrado. Novas buscas devem ocorrer hoje.
A Corregedoria da Polícia Militar acompanhará de perto a sindicância do 20º BPM. Por meio da assessoria, o corregedor da PM, coronel Ronaldo Antônio de Menezes, informou que hoje cães farejadores serão usados na perícia das viaturas.

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